Há dois meses da realização da 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil que, este ano, terá um caráter eletivo e mudança de alguns presidentes das comissões episcopais pastorais e da presidência da entidade, o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil conversou com dois bispos, que por conta do que estabelece o estatuto da CNBB, não poderão mais se reeleger para presidir as comissões. Eles fizeram um balanço destacando os grandes marcos da caminhada das comissões que presidem.
O bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil falou sobre os grandes marcos da caminhada da comissão que preside no último quadriênio. Segundo ele, a Comissão para o Laicato se envolveu e se esforçou, neste tempo, para que os cristãos leigos e leigas percebessem que são sujeitos eclesiais e protagonistas dentro da Igreja na sua ação evangelizadora e também na sociedade.
O documento nº 105 da CNBB, cujo título é: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na sociedade. Sal da Terra e Luz do Mundo”, também mereceu destaque do religioso. Segundo ele, a Comissão para o Laicato se esforçou para que o documento fosse estudado e assumido tendo em vista como frutos um cristianismo e um catolicismo com cristãos leigos e leigas mais comprometidos com o Evangelho.
O grande momento nestes quatro anos, para dom Severino, foi a celebração e vivência do Ano Nacional do Laicato de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018. Neste ano, por meio de seminários, retiros, encontros, formação, caminhadas e peregrinações, dom Severino afirma que foi possível perceber que os cristãos leigos e leigas não estão anônimos na sociedade e na Igreja. “Foi um momento muito bonito perceber em vários lugares e regiões do Brasil que os cristãos querem participar e já assumem seu papel como sujeitos eclesiais”, disse.
Uma das ações do Ano do Laicato foi o debate, por meio de uma publicação – com círculos bíblicos e textos – sobre a Auditoria da Dívida Pública. A publicação foi elaborada em parceria com o movimento Auditoria Cidadã da Dívida Pública.
O desafio agora, segundo dom Severino, é fazer com que, como legado do Ano Nacional do Laicato, os cristãos leigos e leigas possam dar continuidade sendo de fato fermento na massa e fazer com que a mensagem do Evangelho, que confirma o seu protagonismo, os impulsione a transformar as diferentes realidades do Brasil.
Ação Social Transformadora – O bispo de Lajes (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora, dom Guilherme Werlang, também apontou quais foram os marcos da caminha da comissão que preside no último quadriênio.
Segundo ele, como primeiro marco que destaca, a Comissão investiu bastante na formação em encontros das Coordenações e Articulações das Pastorais Sociais, com temas como dívida pública, Pastoral de Conjunto, encíclica Laudato Sí, e dos bispos referenciais das pastorais sociais com temas ligados à Doutrina Social da Igreja.
O fortalecimento das Pastorais Sociais nos regionais da CNBB também foi outro elemento apontado como marco da caminhada. Ele destaca que foram criadas Comissões regionais para a Ação Transformadora e das Pastorais Sociais bem como houve a retomada de Fóruns de Articulação regionais como no Nordeste 1, Oeste 1, Sul 1, Nordeste 3, entre outros.
O bispo de Lajes destacou o diálogo com os movimentos sociais brasileiros como um marco deste quadriênio. Dom Guilherme destacou ainda a transformação do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano em uma Comissão Episcopal especial da CNBB.
Dom Guilherme avalia que à medida que a Comissão buscou ser uma presença constante no acompanhamento das atividades das Pastorais Sociais, com presença em assembleias e atividades de formação, foi possível também avançar mais na solidificação de uma Pastoral de Conjunto. Por fim, o bispo destacou a parceria com a Assessoria Política da CNBB na assessoria junto aos regionais e às pastorais.
Dom Guilherme expressou um desejo: “Desejo que como Igreja continuemos a trabalhar junto aos pobres e excluídos como testemunhas do Evangelho e que a nova presidência que for eleita para a Comissão na 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil e também nos regionais possam dar continuidade com mais força na realização dos Gritos dos Excluídos e, se a assembleia aprovar, na realização da 6ª Semana Social Brasileira, evento muito necessário, especialmente nesta nova conjuntura que o Brasil está atravessando neste momento”.