Instaurar o Reino de Deus é o projeto de Jesus. Projeto que anuncia um Reino de vida, e vida em abundância para todos os povos e nações, sem qualquer distinção. A boa nova é para todos e todas, convidados a testemunhar os valores do Reino no mundo, a modo do sal, luz e fermento.
Por: Marilza Schuina
Presidente do CNLB
No Reino da inclusão e do serviço, há lugar para todos, seja cego, mulher, enfermo, faminto, doente, criança, negro, branco (cf. Lc 4, 18-19). Seja hoje, “migrantes, as vítimas da violência, os deslocados e refugiados, as vítimas do tráfico de pessoas e sequestros, os desaparecidos, os enfermos de HIV e enfermidades endêmicas, os toxicodependentes, idosos, meninos e meninas que são vítimas da prostituição, pornografia e violência ou trabalho infantil, mulheres maltratadas, vítimas da violência, da exclusão e do tráfico para a exploração sexual, pessoas com capacidades diferentes, grandes grupos de desempregados (as), os excluídos pelo analfabetismo tecnológico, as pessoas que vivem na rua das grandes cidades, os indígenas e afro-americanos, agricultores sem-terra e os mineiros.” (DAp. n. 402).
No Seguimento de Jesus, aprendemos que o seu estilo de vida é estar junto dos pobres e pequenos, para que a justiça se faça e a paz aconteça, num Reino que desejamos seja de felicidade, sem fome, sem perseguição, de paz. (Mt. 5, 6; 9-10).
Todos os batizados são chamados a participarem da construção do Reino e a assumirem os desafios do mundo moderno numa “verdadeira paixão pelo Reino” (DAp. n. 152), especialmente o leigo e leiga, concretizando e atualizando nos dias de hoje a imensa tarefa do Concílio Ecumênico Vaticano II, de uma Igreja com os pés firmes na terra, ligada ao mundo e suas transformações, comprometida politicamente com a defesa da vida plena para todos e todas, assim como Jesus de Nazaré, uma “Igreja em Saída”, como nos pede Francisco. Somos o “povo eleito, todos convocados, consagrados, sem distinção de cargos ou papéis”.
A nós, leigos e leigas, os “fiéis incorporados a Cristo pelo batismo e constituídos povo de Deus, participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo” (LG. n. 31), compete a missão de ser “sal da terra, luz do mundo e fermento na massa”, sendo “Cristãos Leigos e Leigas, Sujeitos na Igreja e no Mundo”.
É nossa “vocação própria, buscar o Reino de Deus” e exercer nosso apostolado tanto na Igreja como no mundo. “Queremos recordar aqui as principais: as comunidades da Igreja, a família, os jovens, o ambiente social e a ordem nacional e internacional. (…). As mulheres têm, cada vez mais, parte ativa em toda a sociedade, é de grande importância uma participação mais ampla delas também nos vários campos do apostolado da Igreja”. (AA. n. 9). “É preciso ampliar os espaços para uma presença mais feminina dentro da Igreja”. (EG. N. 103).
Como homens e mulheres, leigos e leigas, fiéis ao Seguimento de Jesus, assumamos a nossa vocação laical, conscientes de nosso lugar, sujeitos da Igreja e na Sociedade, construtores do Reino de igualdade, justiça, partilha, solidariedade, irmandade, de partícipes povo de Deus, a exemplo de Jesus Cristo, Rei do Universo!
Parabéns ao laicato comprometido com o Reino de Deus. “Fermento na massa, oia nóis”.