Na parte da tarde desta quarta-feira, 23 de março, os bispos iniciaram a segunda parte da reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com uma reflexão sobre as Eleições 2022. Os bispos puderam fazer apontamentos de como deve ser a postura da conferência episcopal durante esse processo deste ano.
O bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo, apresentou a proposta do projeto ‘Encantar a Política’. Trata-se, entre outras ações, da formulação de um subsídio de formação política para eleições 2022 com projeto de continuidade para as próximas eleições.
O eixo central do material está inspirado nos documentos do magistério do Papa Francisco como as encíclicas Evangelli Gaudium, Laudato Si e Fratelli Tutti. Segundo dom Giovane é uma publicação que busca aplicar os ensinamentos do Papa Francisco à nossa realidade e o olhar cristão para o mundo político.
O texto, preparado a partir do material elaborado para um hot site, com cartilhas, vídeos e depoimentos para as eleições de 2020, elaborado pelo Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara (Cefep), o Conselho Nacional do Laicato (CNLB), a Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp) da PUC Minas, passou por uma nova redação e deu origem ao projeto ‘Encantar a Politica’.
O material contou com contribuições do arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, da assessoria política da Conferência e de membros do Conselho Permanente.
O subsídio foi aprovado pelo Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, que sugeriu que ele seja aprofundado e assumido pela Igreja no Brasil conjuntamente com a Cartilha de Orientação Política publicada pelo regional Sul 2 da CNBB. Durante a reunião, o texto foi apresentado pela presidente do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira, e pelo diretor da Cefep, padre Paulo Adolfo Simões.
Novo Estatuto da CNBB
Ainda na reunião, o arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e presidente da Comissão de Redação do Novo Estatuto da CNBB, dom Moacir Silva, apresentou o andamento da fase de formulação jurídico-canônica do texto do novo documento, que entra em sua 5ª fase. Esse material será enviado aos bispos para que seja analisado. As considerações serão incorporadas, pela Comissão de Redação, e apresentadas na próxima reunião. Todo o processo será feito em sete etapas.
Estruturado a partir das ideias de sinodalidade e missionariedade, o documento aponta para a necessidade de a CNBB buscar uma organização “com agilidade e leveza”, facilitando a realização de sua missão evangelizadora. Todo o processo de construção do Novo Estatuto está sendo articulado pelo Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (Inapaz), organismo de assessoria teológico-pastoral da CNBB.