Partimos da certeza de que, desde a vinda de JESUS, o REINO DE DEUS e seus fundamentos foram introduzidos na humanidade e que muitos “viram” e “veem”, reconhecem que encontrou um tesouro e procura por em prática a centralidade do amor: a compaixão. Não qualquer uma, mas a compaixão parecida com a de Deus, cujo olhar se dirige a todos e principalmente, aos filhos perdidos, os excluídos do trabalho e do pão, os chamados “delinquentes” incapazes de refazer suas vidas, as vítimas caídas na sarjeta. Para eles, notadamente, se revelam a boa notícia, a justiça, a inclusão.
Infelizmente, entretanto, ainda somos, numa grande maioria, “cegos” a esta proposta de Deus, a esta “loucura” de amor que se contrapõe aos pilares do mercado, do dinheiro, “do bom senso”. Apesar de se nos revelar fortemente que a nossa única certeza é a incerteza e a brevidade da vida.
Mas que Reino é este?
Jesus equipara o REINO DE DEUS ao pastor que deixa as noventa e nove ovelhas e sai à procura de uma (Lucas 15, 1-7) ; com a justificação do publicano que reconhece ser pecador não fazendo o mesmo com o fariseu “cumpridor da lei” (Lucas 18, 9-14); equipara-o ao samaritano, considerado inimigo dos judeus – que acolhe e cuida da vítima de um assalto, enquanto o sacerdote e levita, que acabaram de sair do templo, passam por ele, ao largo, sem lhe dar assistência… Quem sabe, tiveram pena, mas não tiveram compaixão (Lucas 10, 25-37). Um reino que inclui, que acolhe, que se contrapõe aos modelos injustos, que se move em direção dos sofredores…. Como não meditarmos, nestes tempos de quaresma e corona vírus/quarentena, para então perscrutar a nós e à nossa sociedade se estamos dentro ou fora deste REINO? Dentro ou fora da proposta de amor ao próximo, excluído e/ou injustiçado?
O que tem nos ensinado a vulnerabilidade dos sistemas de governos implantados no mundo que priorizam o dinheiro, o estado mínimo, que não investem os recursos no social, na saúde pública e, por conseguinte, não têm capacidade instalada para atender sua população, defendê-la e socorrê-la deste e de outros vírus que certamente virão?
Nossas entranhas se movem como as de Jesus ao ver os brasileiros vulneráveis ao ponto de, compadecendo-se deles e de cada um, lutemos por suas vidas e dignidade de filhos e filhas Deus?
Portanto, continuemos firmes na luta pela vida, nos mantendo em isolamento social. Não nos deixemos enganar pelo discurso e interesses financeiros!
Vamos exigir a rápida aprovação e distribuição da renda básica emergencial de R$ 600,00 (seiscentos reais) a todos brasileiros sem emprego formal (sem qualquer tipo de barreira), além de eventuais medidas necessárias para salvaguardar suas vidas!
Lutemos pelo fortalecimento do nosso sistema público de saúde–SUS e da nossa democracia! Que Deus nos conceda a graça de viver, plenamente, o Reino de Deus, aqui e agora!