“Continua atual a exigência de transformações profundas, estruturais, sem as quais a nossa sociedade não se tornará plenamente democrática”. (CNBB 42, 103)
O Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB – vem a público expressar sua indignação ética diante dos últimos acontecimentos em nosso país e conclamar a todos para a união e o compromisso sócio-político-transformador,impulsionados pela fé cristã.
Nosso querido Brasil, em busca de ser uma Nação, à custa de muito trabalho, sofrimento, suor e sangue, vem conquistando a democracia. No momento, sofre uma séria ameaça de retrocesso com consequências imprevisíveis, um atentado à jovem e frágil democracia. Sem um mínimo de escrúpulo e sem medir as consequências para o povo brasileiro, principalmente para os empobrecidos, o já desqualificado Presidente da Câmara, apoiado e incentivado pela chamada “oposição”, também raivosa e inconsequente, acolhe, por despeito e vingança comprovados, um pedido de impedimento da Presidente da República. Ora, o país conta com Instrumentos jurídicos legais suficientes sem a necessidade de extremismos que atentem contra a estabilidade democrática, por mais crítica que se encontre.
Conclamamos aos cristãos leigos e leigas, e às pessoas de boa vontade, a se formarem e a se disporem, com coragem profética, a participar ativamente da vida política do país. Na base da crise, está a concepção e o exercício do “poder” que vem sendo usado e abusado com interesses particulares. Precisamos testemunhar o autêntico “Poder” como “Serviço” à Coletividade, ao Bem Comum, ao Bem Viver.
“A razão mais profunda da atitude da Igreja frente à política decorre da consciência evangélica de sua missão. (…) Tal missão pertence ao mais profundo de sua consciência evangélica. E, toda vez que não o fez ou não o faz, tornou-se ou torna-se infiel ao Evangelho”. (CNBB 40, 203-204).
Cuiabá, 08 de dezembro de 2015.
Marilza José Lopes Schuina.
Presidente do CNLB