“Diante do grave momento político, social e econômico vivido por nosso país, é necessário denunciar as perdas de direitos sociais, trabalhistas, humanos e até mesmo as ameaças aos direitos políticos do cidadão e cidadã brasileiros/as.
“Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo”
2018 é um ano especial, marcado já em seu início pela realização do 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base. É o “Ano do Laicato”, em que os cristãos leigos e leigas são chamados a assumirem sua vocação, identidade, espiritualidade e missão para atuarem cada vez mais como sujeitos na Igreja e na Sociedade.
Como nos diz Aparecida (497a), é preciso “favorecer a formação de um laicato capaz de atuar como verdadeiro sujeito eclesial e competente interlocutor entre a Igreja e a sociedade, e entre a sociedade e a Igreja”, como “sal da Terra, luz do mundo e fermento na massa”.
“As CEBs são uma forma de vivência comunitária da fé, de inserção na sociedade, de exercício do profetismo e de compromisso com a transformação da realidade sob a luz do Evangelho” (DOC. 105, n. 146). Assim contribui para o enfrentamento dos desafios do mundo urbano, junto aos mais simples, descartados e excluídos, bem como os povos indígenas, os campesinos, as comunidades quilombolas, as comunidades ribeirinhas, etc.
“Diante do grave momento político, social e econômico vivido por nosso país, é necessário denunciar as perdas de direitos sociais, trabalhistas, humanos e até mesmo as ameaças aos direitos políticos do cidadão e cidadã brasileiros/as.
A democracia brasileira está sendo vilipendiada por uma “aliança” estabelecida entre os poderes da Nação, que se colocam abertamente contra o trabalhador e a trabalhadora, defendendo os direitos da minoria burguesa.
É crescente no país a onda de uma falsa ética e uma ideologia dominante de que o que vale é a lei, não da defesa da vida, mas do legalismo que congela os investimentos em saúde e educação, retira direitos, abre fronteiras para o trabalho escravo, persegue os movimentos sociais, principalmente os movimentos de defesa dos povos indígenas e dos trabalhadores do campo, fragiliza as relações de trabalho, ameaça à Previdência e aos benefícios sociais… Enfim, além de tudo isso, as denúncias de corrupção continuam e mais grave, não são julgadas com idoneidade. Para uns, o porão dos navios, dos aviões, para outros, o embarque de luxo em cabines executivas…
Estamos em 2018! Conscientes de nossa responsabilidade de cristãos atuantes na Igreja e na sociedade, principalmente os leigos e as leigas, renovamos o compromisso de nos colocarmos ao lado dos que sofrem e são as verdadeiras vítimas desse barco sem leme, dessa nave sem piloto para que o pesadelo dos porões da “ditadura militar” permaneça em tons de cinza nas páginas amarelas da história e o sangue já derramado por muitos triunfe em “vida abundante” para todos e todas”. (trecho da mensagem ao CEFEP 2018)
Desejo que este 14º Intereclesial fortaleça o jeito de ser Igreja das CEBs, a Igreja dos pobres, com os pobres, para os pobres, a Igreja “em saída” para a realização do Reino de Deus.
Abraços a todos e todas!
Marilza José Lopes Schuina
Presidente do CNLB