Hoje 25 de janeiro de 2022 completam-se 3 anos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, da Vale S.A., em Brumadinho.
Vamos honrar as vidas perdidas, denunciar os danos à natureza e aos modos de vida da população, chamar a atenção para as alternativas de geração de emprego e renda e exigir justiça a partir da luta organizada.
Com Isto o Conselho Arquidiocesano do Laicato de Belo Horizonte, envia uma nota de Solidariedade a toda a população e todos atingidos pedindo justiça por todo Crime.
Confira a nota abaixo.
(Foto de capa : Germano Lüders/Exame)
Nós, membros do Conselho Arquidiocesano de Leigos e Leigas de Belo Horizonte, manifestamos nossa solidariedade à população da comunidade de Brumadinho do Vale do Paraopeba, pertencente ao chão de nossa Arquidiocese, que foram vítimas do terrível crime ambiental causado pelo descaso da Companhia Vale do Rio Doce.
Enquanto organismo do Povo de Deus, movidos pelo Batismo e esclarecidos pela Palavra de Deus, que coloca os seres humanos como Cultivadores e Guardiões a Casa Comum (Gn 2,15); repudiamos todas as ações que não zelam pela vida humana e pelo conjunto de ecossistemas envolvidos, em detrimento de uma economia depredatória e excludente.
Temos consciência de que as vidas existentes no grande vale do São Francisco e Rio Doce nunca foram contempladas nos grandes projetos das mineradoras em nossas Minas Gerais, restando-lhes as desgraças dos rejeitos lançados nas águas dos grandes rios, onde mais de 15 milhões de brasileiros foram irremediavelmente atingidos. E por acreditar no Deus que se fez carne (no ventre de Maria) e classe (na oficina de José), reafirmamos, nosso compromisso com a vida plena (Jo 10,10) e em todas as suas formas. O Conselho Arquidiocesano do Laicato defende, incansavelmente e de modo inegociável, a
obra do Criador, compreendendo que o ser humano, as plantas e os animais devem viver em completa harmonia.
Continuamos a rezar pelas vítimas desta tragédia, unidos ao coração de cada pessoa e de todas as famílias que ainda sofrem. Renovamos, mais uma vez, o nosso compromisso solidário e profético, de acolher a todos que foram atingidos e de denunciar este grande crime ambiental.
Não nos esquivamos, sobretudo, de acompanhar de perto a atuação das autoridades, na apuração dos responsáveis deste triste e lamentável episódio. A justiça seja feita, com lucidez e sem mediocridades, priorizando o bem comum, com incondicional respeito e compromisso com os mais pobres.
Belo Horizonte, 25 de janeiro de 202