Filadélfia, EUA 28 set (Rádio Vaticano) – A festa das famílias no âmbito do Encontro de Filadélfia foi o coração da visita do Papa Francisco aos EUA e o ponto alto desta sua X Viagem Apostólica Internacional. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, destacou a centralidade da família no Pontificado do Papa Francisco.
Por Rádio Vaticana
Pe. Federico Lombardi: “Já com o Sínodo o Papa fez com que o tema da família adquirisse grande atualidade e, depois, decidiu vir a este encontro e preparou sua chegada para ele com muitas referências durante as etapas desta viagem. Agora estamos no encontro, que é outra etapa de um longo caminho: efetivamente, no próximo mês teremos também o Sínodo. O Papa dá uma contribuição, e o faz com muita alegria, num modo muito positivo, muito sereno. Esperamos que seja realmente uma bela festa, porque habitualmente o encontro das famílias quer ser justamente isto: uma grande festa, uma festa do amor santificado pelo sacramento, que possa ser um anúncio de alegria e de esperança e de amor para toda a sociedade.”
RV: O Pontífice reiterou também a importância dos leigos no futuro da Igreja, hoje…
Pe. Federico Lombardi: “Sim, certamente. Na homilia, aqui na catedral, ressaltou que os leigos devem se engajar: todos são chamados a se engajar, recebem uma vocação própria e têm uma contribuição essencial a dar. A Igreja é feita de todos os seus componentes: pelos bispos, pelos sacerdotes, pelos religiosos, mas em máxima parte pelos leigos, mulheres e homens, sem os quais o Povo de Deus não existe.”
RV: O tema do diálogo inter-religioso, inclusive o encontro em Nova Iorque, e nos principais discursos: no Congresso e nas Nações Unidas. Um tema muito querido pelo Papa: a religião e a sociedade…
Pe. Federico Lombardi: “Nós, que cremos, pensamos que a relação com Deus é fundamental, é fundante, e é também garantia das justas relações com os outros, é fundamento de respeito, de liberdade, de amor para com os outros, que são todos filhos de um mesmo Pai, criaturas de um mesmo Criador. Daí, essa dimensão que, naturalmente, numa sociedade pluralista e também secularizada, deve ser anunciada com discrição, com atenção e com respeito por quem pensa de modo diferente, porém, é uma contribuição importante que os fieis acreditam ter o dever de dar à sociedade, justamente recordando também o fundamento último da responsabilidade. Inclusive quando se fala da responsabilidade em relação ao ambiente ou à Criação: se não há um Criador a quem se deve responder, não se entende em que se fundamenta a responsabilidade.”
RV: O senhor está acompanhando o Papa nesta grande viagem que teve início em Cuba. Pessoalmente, o que mais o impressiona?
Pe. Federico Lombardi: “Impressiona-me como o Papa está mantendo com grande autoridade, numa viagem tão intensa, a atenção sobre essas questões e como tenha conseguido dar a todos esses âmbitos – falando às autoridades políticas, às comunidades eclesiais, à Assembleia das Nações Unidas – uma contribuição muito convincente e bem acolhida, que, certamente, deixará marcas.”