Escola da Palavra 2021

  • Algumas reflexões sobre Gálatas 2, 1-21

Neste capítulo, o Apóstolo Paulo mantém o tom duro ao falar com a comunidade. Ele fala da Assembleia de Jerusalém, que aconteceu por volta do ano 49 d.C. e que é descrita no capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos.

Por: Ellen Cláudia Centini

A assembleia ocorreu quando Paulo estava na sua segunda viagem missionária e para lá ele se dirige junto com Barnabé e Tito. No texto, Gl 2,2, ele escreve que lá esteve “por causa de uma revelação”, ou seja, sua convocação não foi por iniciativa humana, mas ao contrário, aconteceu por vontade divina.

Paulo, com suas palavras, quer mostrar que a Assembleia de Jerusalém reconheceu que a tarefa dele era evangelizar os incircuncisos, ou seja, os gentios ou helenistas que eram povos oriundos de outras culturas, portanto não judeus e que a tarefa de Pedro era evangelizar os circuncisos (judeus).

O objetivo da Assembleia era criar uma unidade entre os apóstolos de modo a ser exemplo de conduta frente a todos aqueles que se convertiam ao seguimento de Jesus. Também havia o compromisso do cuidado com os pobres, que já era uma ação de Paulo.

Apesar das decisões tomadas na assembleia, o que ficou evidente é que alguns apóstolos estavam sendo hipócritas, não estavam observando o que ficou estabelecido.

Pedro comia com os gentios, mas quando chegavam os judeus ele se afastava e não comia mais entre os incircuncisos, pois pela lei mosaica (Lei de Moisés concedida por Deus), um judeu que comesse com um gentio tornava-se impuro.

Essa atitude leva Paulo a repreender Pedro publicamente, porque sua conduta era contrária a decisão da assembleia. Além disso, criava uma realidade de pobreza, de injustiça e de opressão, posto que cumprir a lei antiga era um ônus muito pesado para aquele povo que era pobre e muitas vezes escravizado.

A hipocrisia enxergada por Paulo há dois mil anos, parece estar presente no nosso meio e se reveste de um discurso em nome da família, da mesma família que comete o feminicídio e a homofobia em nome da moral; de um governo que se diz do povo, mas que não se constrange ao retirar os direitos básicos desse mesmo povo, como a aposentadoria, os direitos trabalhistas, inclusão, saúde…praticando a necropolítica. Esses são alguns exemplos da hipocrisia nos nossos tempos, as quais provavelmente Paulo citaria e precisaria não de uma carta, mas de um livro para nos repreender.

Por isso, a carta continua chamando a atenção daquela comunidade, porque as atitudes de alguns eram contrárias aos ensinamentos de Paulo que pregava o Evangelho no qual a salvação é realizada pela graça de Deus através da fé em Jesus Cristo e não pelas obras da lei.

  • Ver o texto de perto: ler Gl 2, 1-21
  • Qual é a palavra do texto que chama mais a sua atenção?
  • O que você entende por “ninguém será justificado pelas obras da lei”?
  • Trazer o texto para perto de nós
  • Como batizados, nós temos, em nosso cotidiano, tomado decisões inspiradas na pessoa de Jesus Cristo?
  • O que significa acreditar que não somos salvos por nossos méritos, mas pela graça de Cristo?
  • O que significa afirmar “Cristo vive em mim”?

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