Francisco pede o acolhimento de imigrantes nas dioceses estadunidenses

O Papa Francisco chegou aos Estados Unidos nesta terça-feira, 22 de setembro, e fica até domingo, 27, com uma agenda intensa de compromissos políticos e religiosos. Recebido pelo presidente Barack Obama e sua família, o Sumo Pontífice visitará a capital Washington, Nova York, com reunião na sede das Nações Unidas, e a Filadélfia, cidade que está sediando o VII Encontro Mundial das Famílias (22 a 25 de setembro).

Por: Radio Vaticana

Entre as pautas da visita estão previstos diálogos de aproximação entre Cuba e EUA, a liberdade religiosa e as mudanças climáticas.

Apresentando-se como “filho de uma família de imigrantes”, Francisco demonstrou, em seu primeiro discurso, a alegria por estar em um país construído em grande parte por tais famílias e reconheceu as propostas estadunidenses com vistas a cuidarem da “casa comum”. “Senhor presidente, estou satisfeito que haja proposto uma iniciativa para reduzir a contaminação atmosférica. Reconhecendo a urgência, também a mim parece evidente que a mudança climática é um problema que não se pode deixar para a próxima geração. (…) No entanto, temos tempo para realizar as mudanças necessárias para obter ‘um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar’ (Laudato si, 13). (…) Usando uma frase significativa do reverendo Martín Luther King, poderíamos dizer que não pagaremos uma nota promissória e, agora, é o momento de saldá-la.”

Na quarta-feira, 23, durante um discurso para 400 bispos na Catedral de St. Matthew, em Washington, o Papa lembrou a realidade dos imigrantes no país e encorajou as dioceses estadunidenses a seguirem oferecendo o “calor do amor de Cristo”.

“Sigo com atenção o enorme esforço que realizam para acolherem os imigrantes, que continuam chegando aos Estados Unidos, através dos olhos dos peregrinos que embarcam em busca de seus recursos, que prometem liberdade e prosperidade. (…) Agora, existe essa uma grande onda de imigração latina em muitas de suas dioceses. Não somente como bispo de Roma, mas também como um pastor do Sul, sinto a necessidade de agradecê-los e incentivá-los. Talvez, não seja fácil para vocês lerem sua alma; elas podem serem submetidas à prova por sua diversidade. Em todo caso, saibam que têm recursos para compartilharem. Portanto, acolham sem medo. (…) Estou certo de que, mais uma vez, essas pessoas enriquecerão seu país e sua Igreja”.

Em missa no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, também em Washington, o Papa Francisco canonizou Junípero Serra, um dos padres fundadores dos EUA, santo especial protetor dos hispânicos do país. Segundo o Pontífice, Serra soube viver a “Igreja em saída”, abrindo caminhos e saindo ao encontro dos irmãos. O frade franciscano defendeu a dignidade da comunidade nativa estadunidense, protegendo-a dos abusos que, hoje, ainda continuam causando dor na vida de tantas pessoas.

Na Filadélfia, visita prevista para sábado e domingo, 26 e 27, são esperados os maiores públicos. A cidade está sediando o VIII Encontro Mundial das Famílias, com o tema “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”. Cerca de 2 milhões de pessoas devem se reunir para ver o Papa na missa de encerramento, no domingo.

Segundo o presidente do Pontifício Conselho para as Famílias do Vaticano, Dom Vincenzo Paglia, o Encontro terá um caráter universal e milhares de voluntários estão mobilizados para o evento, inclusive, disponibilizando casas para hospedarem os participantes. Ao final de todas as celebrações, o Papa deve entregar a cinco cidades do mundo – Havana (Cuba), Marselha (França), Hanói (Vietnã), Sydney (Austrália) e Kinshasa (Congo) – 200 mil cópias a cada uma do Evangelho de Lucas, assinadas pelo próprio Pontífice. As cópias sairão da Filadélfia para as famílias das periferias destas grandes cidades. O objetivo é “mostrar a universalidade da iniciativa, para que o Evangelho da família torne-se também o livro das famílias”.

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