Leigos e Leigas como protagonismo do ser Cristão – na Igreja e no Mundo

Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é sinal de que pertencemos a uma Igreja que tem o papel de, além de Evangelizar no interior das Catedrais

“Os leigos devem participar do discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução.” (Doc Aparecida n.371).   Não podem, portanto, ver reduzida a sua participação apenas ao momento de encaminhar e realizar os programas, mas sentirem-se participantes desde o início, por força da sua condição de cristão batizado, habilitado pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação, a participar plenamente da vida da Igreja.

Por Adelino Alexandre Lopes (CNLB Oeste 1)

Protagonistas – Essa expressão não é nova, ela surge na Conferência de Santo Domingo (1992): “Que todos os leigos sejam protagonistas da Nova Evangelização, da promoção humana e da cultura cristã.” (n.97) (…) 

Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é sinal de que pertencemos a uma Igreja que tem o papel de, além de Evangelizar no interior das Catedrais, ser também uma Igreja em Saída para Evangelizar no mundo: no mundo das desigualdades, da violência, da retirada de direitos, enfim – Os Leigos precisam ser Homens e Mulheres do Mundo no coração da Igreja e Homens e Mulheres da Igreja no coração do Mundo!.

Falar de protagonismo, é falar do lugar de importância que os leigos têm na ação evangelizadora, é falar do seu papel insubstituível, imprescindível, na transformação da realidade que vivemos, marcada pela exclusão e pela violência. Os leigos são protagonistas, ou seja, são os agentes principais no esforço da Igreja em dialogar com o mundo e apresentar os valores do Evangelho num tempo de tantos contra-valores.

Nós os leigos e leigas cristãos, juntamente com o Clero, temos como primeiro princípio: sermos corresponsáveis na Evangelização. Devemos participar na elaboração dos programas pastorais, sermos sujeitos com voz e vez e sermos protagonistas – soldados na linha de frente – em defesa dos direitos humanos, dos direitos trabalhistas, no combate à fome e a miséria, no combate à violência, ou seja, fazermos efetivamente a opção preferencial pelos pobres, marginalizados e escravizados das políticas neoliberais.

O segundo princípio é o da missão. Os Documentos do Episcopado Latino-americano afirmam exaustivamente que o campo específico da ação dos leigos e leigas é o das realidades onde vivem e trabalham, ou seja, é o mundo da família, do trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da universidade etc.

Em função disso, “a nossa formação, como leigos e leigas, como discípulos e missionários” deve contribuir e nos impulsionar, antes de mais nada, para nossa atuação no mundo, na perspectiva do diálogo e da transformação da sociedade e que possamos ter uma atuação significativa nos diferentes campos, sobretudo ‘no vasto mundo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação e de outras realidades abertas à evangelização’.

Nós somos instados à uma participação social e política nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar a convivência pacífica, no fortalecimento da sociedade civil, e de controle social.

Nossa atuação deve estar voltada para a implementação de políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos.

Diversos são os espaços que necessitam de nossa atuação como Cristãos leigos e leigas. Entre os diversos espaços em que a presença dos leigos e leigas, hoje, é imprescindível destacam-se: o mundo universitário, o mundo da comunicação, e a presença pastoral junto dos políticos e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitários.

Nós temos que ocupar o lugar que nos cabe na vida das comunidades e sentir, de fato que, diante dos sinais dos tempos, nós somos sujeitos corresponsáveis na valorização da dignidade humana. E a exigência que nos é imposta neste momento por qual passa o País é a nossa atuação evangélica nas realidades onde vivemos e atuamos, para que à semelhança do fermento possamos levedar toda realidade humana com a força do Evangelho.

Este é o grande desafio que hoje não só nós leigos e leigas enfrentamos, mas todo o corpo eclesial, a classe política e toda a sociedade brasileira: precisamos encontrar meios para superar as desigualdades!

Se não conseguirmos extirpar, pelo menos diminuir, minimizar os índices de violência e de supressão de direitos que são impingidos aos povos de todas as nações. Aí sim seremos protagonistas, discípulos missionários de Jesus Cristo.

Oxalá leigos e leigas possamos exercer nosso protagonismo na vida de nossas comunidades eclesiais e assumirmos com renovado entusiasmo nossa missão nas realidades onde, na sua maioria e na maior parte do seu tempo, estamos. Isso exige coragem! O Espírito de Deus certamente não nos faltará! Amém –

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