Mês de novembro: Cristo Rei do Universo

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso” (Mt 25,31).

Por: Dom Frei Severino Clasen

Entramos no último mês litúrgico do ano de 2020. Ano atípico em vista da pandemia do coronavírus que mudou hábitos, comportamentos, rotina para toda a humanidade. Não escapamos dessas ameaças onde milhares e mais de milhares de pessoas foram vitimadas e tantos outros milhões infectados. Algo nos alerta e nos desinstala. É preciso rever nossos costumes e nossa rotina diária, voltar ao cuidado, ao berço da ternura e da acolhida e valorizar a vida como o maior dom que recebemos de Deus.

O Evangelho do juízo final, ao concluirmos o penúltimo domingo de novembro, é o aviso que Jesus passa a seus discípulos e toda a multidão é preciso ter uma postura de vida coerente, verdadeira e justa. Olhar para o pobre, se compadecer com as famílias enlutadas, buscar a santidade para concluir o último domingo do ano litúrgico, celebrando Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Ao iniciarmos o primeiro domingo do mês, celebrando todos os Santos e Santas da Igreja, meditamos sobre a nossa busca da santidade e sobretudo, reconhecer os santos e santas que estão ao nosso lado. Respeitar as pessoas dedicadas, aquelas que nos servem, que cuidam de nós, as pessoas que se dedicam intensamente para o bem maior de nossas vidas, do cuidado e do amor fecundo para que o bem maior prevaleça e vença. Logo após o dia de todos os santos, a Igreja reza pelos fieis defuntos, pelos falecidos. Um dia especial para lembrar de tantas pessoas que, ao nosso redor, contribuíram e foram decisivas para que tenhamos vida e vida com dignidade. Rezar pelos falecidos é entrar na comunhão com todos os que estão junto de Deus que é a razão da nossa fé e esperança.

Estar em comunhão com os fiéis falecidos, pede um olhar para dentro de nós mesmos e exaltar a necessidade de sermos humildes, simples e fraternos. Em vista de tanto empobrecimento, celebramos o Dia Mundial dos Pobres, no dia 15 de novembro neste ano.

Eis a razão porque o Papa Francisco instituiu este dia especial: “Em 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: ‘Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade’”.

Esse exercício e gesto solidário, justifica a temática das leituras do último domingo do ano litúrgico (22), quando debruçamos sobre o juízo final, ao celebrarmos o dia dos cristãos leigos e leigas, a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Em comunhão com Jesus Cristo nosso Rei, somos participantes do seu Reino onde não haverá choro e injustiças, mas sim, a fraternidade, o amor incondicional, onde todos somos reconhecidos a imagem e semelhança de Deus.

Que nesse mês nos preparemos bem para o dia mundial do pobre e que cheguemos com a consciência tranquila na festa de Cristo Rei, celebrando nossa fé e certeza da pertença ao Reino de Deus.

Não deixemos de participar dos grupos bíblicos, dos grupos de reflexão, meditando e aprofundando nossa fé para que nosso agir seja coerente, digno, justo, santo e sejamos acolhidos, no dia em que o Senhor nos chamar, para o Reino definitivo.

Que Nossa Senhora da Glória, a Rainha do céu e da Igreja, nos cubra com sua benção e sua ternura e sejamos fieis seguidores de seu Filho Jesus que deu sua vida em resgate de toda a humanidade. Que cheguemos na sua glória no final da nossa vida terrena.

Dom Frei Severino ClasenArcebispo Metropolitano de Maringá (PR)

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