A Arquidiocese de Vitória (ES) sediou no último sábado, 11 de dezembro, o evento de instalação do Regional Leste 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Regional composto pelas dioceses de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Colatina e Arquidiocese de Vitória foi desmembrado do Regional Leste 2.
Por: Arquidiocese de Vitória-ES
A celebração foi presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo e concelebrada pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado e os bispos do Regional Leste 3: dom Luiz Fernando Lisboa de Cachoeiro de Itapemirim, dom Paulo Dal’Bó da diocese de São Mateus, o bispo nomeado para a diocese de Colatina, Monsenhor Lauro Sérgio Versiani Barbosa.
Também estiveram na celebração os bispos eméritos que atuaram e moram no Espírito Santo, dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo emérito da Arquidiocese de Vitória, dom Décio Zandonade, bispo emérito de Colatina e dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana, MG; vários bispos do Regional Leste 2; padres, diáconos, seminaristas e leigos das 4 dioceses que compõem o Regional. O governador do Estado, prefeitos de Vitória e Vila Velha e representante da Câmara de Vereadores de Vila Velha também compareceram.
Durante a missa, o arcebispo de Vitória, dom Dario Campos, também presidente do Regional, pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19 e todos os participantes, arcebispos, bispos, padres, diáconos, seminaristas, leigos e autoridades civis ficaram de pé para esse momento, um sinal de proximidade aos sofrimentos de quem perdeu vidas ou vive sequelas da doença.
Entrevistas com os bispos
Entrevistamos os bispos do novo Regional, os presidentes do Leste 2 e da CNBB, os dois eméritos que moram em Vitória e o pe. Roberto Marcelino de Oliveira que deixa a secretaria do Leste 2 e assume a secretaria executiva do Leste 3.
Cada um a seu modo, todos acentuaram o motivo da criação do Leste 3 como uma necessidade de fortalecer o jeito de ser Igreja no Espírito Santo e o encurtamento de distâncias para participar das formações e iniciativas do Regional.
Dom Dario: A contribuição do Leste 3 para a Igreja é mostrar o nosso jeito de ser Igreja organizada em Comunidades Eclesiais de Base.
Dom Luiz Lisboa: A criação do Regional é uma alegria. Nosso Estado tem realidades diferentes e aquilo que tentávamos fazer no Sub-Regional fica mais fácil agora no Regional. Os 20 anos que passei na África, 8 como bispo e os últimos anos com bastante perseguição, me fez entender que o missionário é itinerante, não escolhe o lugar de missão.
Monsenhor Lauro: Este é um momento bonito para a Província Eclesiástica. Eu sempre tive contato com o Espírito Santo, tive colegas de estudo e tive contatos também no Regional, além disso Minas Gerais faz fronteira com a diocese de Colatina pela diocese de Governador Valadares. Acredito que a criação do Regional chega em boa hora, no momento da maturidade.
Dom Paulo: O espírito de comunhão, diálogo e participação que já existia no Sub-Regional vai continuar no Leste 3 pelos próximos anos, o jeito próprio de ser Igreja vai se fortalecer no Leste 3 também através da estrutura que aumentará o protagonismo. Por ser um Regional pequeno as Comissões poderão ser presididas por padres e leigos.
Dom José Carlos: O que me chama a atenção é o modelo de Igreja que dá ao estado uma certa uniformidade. É uma continuidade do Leste 2 que continua sua história com a oportunidade de mostrar a força da diversidade no modelo Comunidade Eclesial de Base. Por ser um Regional pequeno vai ter que repensar a organização estrutural, pois não terá bispos para todas as Comissões.
Dom Luiz Mancilha: Este é um momento de alegria e gratidão a Deus. O relacionamento no Leste 2 sempre foi muito bom, mas o Estado do Espirito Santo tem situações pastorais diferentes. Este passo é uma bênção. Agora, com modéstia, temos que reconhecer que somos um continente e não uma ilha.
Dom Geraldo Lyrio: A convivência no Leste 2 sempre foi muito boa, mas sempre se percebia uma distância histórica e cultural. O Espírito Santo se sentia diminuído por ser pequeno, apenas 4 dioceses e ter um jeito de ser Igreja diferente de Minas Gerais. Mas este é um momento de ação de graças pelo tempo percorrido.
Dom Walmor: Este é um momento de esperança e fortalecimento missionário. Agora é tornar as forças existentes em forças missionárias. A criação de um Regional é dar oportunidade às singularidades. O menor Regional mostra a força da Igreja no Espírito Santo e este é o momento de viver a sinodalidade que tanto pede o Papa Francisco. Achei muito importante que a sede do Regional está dentro do Centro de Estudos.
Ao final da missa que aconteceu no Santuário Nossa Senhora do Rosário em Vila Velha foi lida a ata de instalação do Regional por dom Luiz Lisboa, secretário do Regional e assinado pelas bispos. A Celebração Eucarística iniciou com a entrada da imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo.
O padre Roberto Marcelino explicou que a função do secretaria do Regional é reanimar a história da Igreja no Espírito Santo e alimentar os leigos. “Os Regionais se tornam locais de estudo dos documentos da Igreja e buscam praticá-los à Luz da Palavra de Deus. Cabe ao Regional articular”, disse pe. Marcelino e acrescentou que o secretário cuida da estrutura física, humana, da administração e pastoral.