Nossos passos veem de longe e o racismo também…

Em mais um 20 de novembro “ Dia da Consciência Negra “ faz- se necessário pautarmos a caminhada da população negra em nossa sociedade. Uma história de escravidão que se iniciou  com a retirada à força de negros e negras dos países africanos e prossegue de forma desumana até aos dias atuais.

Por: Conselho Nacional de Leigos e Leigas – Regional Oeste 1

O fato é que a dura conjuntura pandêmica aprofundou as desigualdades econômicas, sociais e o racismo estrutural. Os jornais noticiam frequentemente o aumento da repressão e  perseguição às religiões não-cristãs, especialmente àquelas que remetem à herança africana; o aumento da violência contra a juventude negra, cujos corpos são encontrados na calada da noite; a condição de vulnerabilidade  das mulheres negras vítimas da violência doméstica e de feminicídio; a ameaça constante de retirada da ação afirmativa da Lei de Cotas que tem oportunizado aos negros o direito a educação e às  melhores condições no mercado de trabalho; a busca de representatividade de negros e negras nos espaços de poder e decisão, avanço  importante para a plena  democracia brasileira.

Atualmente existem cerca de 6.000 territórios quilombolas no Brasil que enfrentam o desmonte das políticas públicas governamentais, direitos conquistados nos últimos anos como fruto de muita articulação e conferências realizadas.

 A proteção aos quilombos deve ser motivo de reflexão de toda sociedade que se preocupa em combater a fome e a miséria.

Enquanto igreja temos dado nossa contribuição para avançarmos no enfrentamento ao racismo: relembremos a Campanha da Fraternidade de 1988  “ ouvi o clamor deste povo” que envolveu toda a sociedade nesse  importante debate sobre fé e negritude, que deu origem os Agentes de Pastoral Negros, o Grupo de Religiosos(as) Negros (as) e Indígenas, a Associação de bispos, presbíteros e diáconos negros do Brasil, a Pastoral Afro-brasileira e, no último ano, o Observatório Racial Dom José Maria Pires da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.

Esses passos concretos, que para alguns pode parecer tímidos, é o acúmulo da nossa caminhada eclesial.

Conclamamos nesse 20 de novembro a sociedade brasileira a assumir a resistência de Zumbi de Palmares e Dandara para construirmos um tempo de um novo céu, uma nova terra, um novo mar, aonde o negro não vai ter correntes, mas respeito e dignidade!

Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida continue protegendo a nós todos nesta longa caminhada rumo à fraternidade e solidariedade na construção da Civilização do Amor.

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