O Papa pediu hoje um maior protagonismo das famílias na definição das políticas públicas e desafiou os católicos a sair dos “torres blindadas” das “elites” para ir ao encontro das “casas abertas” da multidão.
SIR – Vaticano
“Imaginemos que o leme da história – da sociedade, da economia, da política – fosse entregue finalmente à aliança do homem e da mulher, para que governem com o olhar virado para a geração que vem: os temas da terra e da habitação, da economia e do trabalho teriam uma música muito diferente”, disse, durante a audiência pública semanal que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
Francisco alertou para os “arranha-céus” sem vida que marcam as cidades contemporâneas, cada vez mais “desertificadas” e carentes do contributo das famílias.
“Nenhuma engenharia econômica e política é capaz de substituir este contributo das famílias”, prosseguiu. A catequese semanal abordou a questão da transmissão da fé através da vida familiar, com a sua “sabedoria dos afetos”, uma linguagem que todos conseguem compreender.
“A circulação de um estilo familiar nas relações humanas é uma bênção para os povos: devolve a esperança à terra”, declarou.
Francisco elogiou a dedicação dos pais, deixando uma palavra particular aos que são capazes de “arriscar e sacrificar-se por um filho de outra pessoa e não só pelos seus”. Estes gestos do coração “falam com mais força do que as palavras”, esclareceu.
No final da audiência, o Papa deixou uma saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, “particularmente aos escoteiros e fiéis de Portugal e aos marinheiros brasileiros”. “Nunca esqueçais que tendes, juntamente com as vossas famílias, um papel essencial na missão evangelizadora da Igreja: é preciso sair dos espaços de comodidade e dar ao mundo o testemunho do amor cristão que supera todas as barreiras e preconceitos. Que Deus vos abençoe”, disse.