“Aqui rezo, com dor no coração, para que nunca mais existam tragédias como essa, para que a humanidade não se esqueça e saiba vencer o mal com o bem. Deus conceda ao amado povo armênio e ao mundo inteiro a paz e a consolação. Que Deus guarde a memória do povo armênio. A memória não deve ser diluída nem esquecida, a memória é fonte de paz e de futuro”, escreveu o papa Francisco, na manhã deste sábado, no livro de Honra que fica no Museu do Memorial dedicado às vítimas do massacre do povo armênio.
Inaugurado em 1967, o memorial está localizado na colina das andorinhas, em Tzitzernakaberd. Em 2001, o papa São João Paulo II também esteve no monumento. Trata-se de um local de peregrinação e que recorda as vítimas do genocídio armênio, ocorrido em 1915 e que massacrou um milhão e quinhentas mil pessoas. Para o papa, a tragédia marcou o início “do triste elenco das imensas catástrofes do século passado, tornadas possíveis por aberrantes motivações raciais, ideológicas ou religiosas, que ofuscaram a mente dos verdugos até o ponto de se prefixarem o intuito de aniquilar povos inteiros.”
No monumento o papa, que estava acompanhado do Catholicos Karekin II, foi recebido pelo presidente da Armênia Serzh Sargsyan. Na ocasião, foi rezado o Pai Nosso e proclamadas duas leituras, sendo a primeira do Livro dos Hebreus (Tivestes de suportar uma dura luta) e a segunda do Evangelho de João (Tudo o que perdides em meu nome, eu o farei). Após o papa fez uma oração de intercessão:
“Cristo, coroa os teu Santos
e cumpre a vontade de teus fieis e olhas com amor e doçura às tuas criaturas,
escuta-nos dos céus da tua santidade,
por intercessão da Santa Mãe de Deus,
pelas súplicas de todos os teus santos,
e daqueles de quem hoje é a memória.
Ouvi-nos, ó Senhor e tem piedade,
Perdoai-nos, expia e perdoa os nossos pecados.
Faze-nos dignos para glorificar-te
com sentimentos de graças, junto ao o Pai e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém”.
Na esplanada do Museu, Francisco encontrou-se com dez descendentes de perseguidos armênios, que foram salvos e acolhidos, na época, pelo papa Pio XI, na residência de verão dos papas, Castel Gandolfo.
A visita do papa Francisco à Armênia prosseguirá até amanhã, 26 de junho.