O que vimos no primeiro dia de trabalho da Assembleia Eclesial da América e Caribe, cujo tema é “Discípulos missionários de Jesus Cristo “em saída”? Vimos muitos rostos, culturas e clamores, convocados a impulsionar toda a Igreja, com força, para o seguimento de Jesus na América Latina e no Caribe.
Por Celia Soares de Souza (CNLF)
O Laicato do Brasil levanta um grito forte e potente para uma Igreja sem exclusão, a fim de fortalecer o discipulado comum na Igreja e na Sociedade. Somos todas/os chamados a aprender caminhando, e caminhar aprendendo.
Ouvindo o apelo do Papa Francisco, a Assembleia Eclesial quer ser uma escola de sinodalidade, exortou o Presidente da Comissão Pontifícia da América Latina e Caribe, Cardeal Dom Miguel Cabrejos.
Apesar de uma exuberante motivação à cada assembleista com a frase: “A Assembleia estaria incompleta sem a sua presença!”, continuam participando como minorias: cristãos leigos e leigas (40%), mulheres (36%) e jovens de 20 a 30 anos (6%). Para uma Igreja que se propõe a escutar a todas e todos, sem exclusão, há um enorme desafio para acolher essas minorias e outras não citadas como pobres, comunidades indígenas, pessoas LGTBQIA+.
O grupo de participantes foi provocado com a pergunta: Porque estamos aqui? O que queremos com a nossa participação nesta Assembleia? Uma das pistas concretas é fazer o caminho do discernimento comunitário. Há um Projeto. O Projeto de Deus que nasce da Palavra, da Igreja e da Missão.
Não queremos ser profetas da desgraça, somente denunciando os sinais de morte. No entanto é urgente saber reconhecer os sinais de Êxodo para fazermos nova trajetória, de Vida nova. Somos uma Igreja apaixonada por Jesus e não nos entregamos ao poder do dinheiro, dos autoritarismos, por isso estamos aqui como Igreja “em saída”.
Alegrias e dores
A proposta dos grupos para o primeiro dia foi a de partilhar as alegrias e as dores que mais se destacam na ação missionária da Igreja. Por motivo de problemas técnicos um grande grupo de assembleistas não conseguiu participar dos pequenos grupos e acabou por interagir no chat para registro da síntese do dia.
Testemunhos
A experiência da escuta é muito marcante. A cada dia pessoas de vocações e países diferentes poderão partilhar suas experiências. No dia de hoje a representante do Brasil foi a Doris, da diocese do Xingu.
Sínteses
Ao final do programa do primeiro dia escutamos dois relatos de síntese. Ir. Birgit Weilerfalou sobre “O Caminho da Primeira Assembleia Eclesial – um Caminho para uma Igreja Sinodal de Saída”. Tratou da temática do clericalismo, um grande mal que impede que aconteça efetivamente a sinodalidade na Igreja.
Mauricio Lopes, da REPAM, pontuou sobre a necessidade de tirar do papel e colocar em prática toda a escuta feita no processo de construção da Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe. Disse que a hora é agora. Hora de se lançar para fazer acontecer uma Igreja sinodal e “em saída”.
Invocando as bênçãos da Virgem de Guadalupe, pedimos à Morenita e Mãe da América Latina que voltemos nosso olhar para a nossa gente – povo de todo o Brasil e da América Latina e Caribe: povo sem voz, carente de vida, de justiça, de Terra, Teto e Trabalho, para as/os que mais sofrem, e pedimos o discernimento e uma efetividade profética na ação pastoral, e na missão, para sermos uma Igreja mais acolhedora, samaritana, maternal e acolhedora. Evangelizadores, evangelizadoras com Espírito e com ousadia, conforme nos convoca o Papa Francisco.