A Celebração da Ceia do Senhor, conhecida no meio do povo como “A missa do lava pés” e que é realizada uma vez por ano, faz parte do Tríduo Pascal, isto é, esta celebração inicia o Tríduo que são as seguintes celebrações: Ceia do Senhor, Paixão do Senhor e Sábado Santo.
Por Nilson Moreira (CNLB MANAUS)
No rito inicia desta celebração, na oração coleta, o presidente reza: “Ó Pai, estamos reunidos para a Santa Ceia, na qual o vosso Filho único, ao entregar-se à morte, deu a sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor. Concedei-nos, por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da vida…”.
Dom José Tolentino Mendonça, em seu texto sobre esta celebração nos lembra de que para nós, cristãos, a Eucaristia é o lugar vital da decisão sobre o que fazer da nossa vida. Porque todas as vidas são pão, mas nem todas são “eucaristizadas”, ou seja, configuradas em Cristo e assumidas, no seu seguimento, como entrega radical de si, oferta, dom vivo, serviço de amor incondicional.
No Evangelho desta liturgia, “Jesus sabia que tinha chegado sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estava no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1). Jesus é o Filho amado e obediente, e neste dia Ele pede aos discípulos serem seus imitadores. Sentado na mesa, Ele se levanta, tirou seu manto, a sua veste de festa, pega uma toalha e amarra na sua cintura. Derramou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos (Jo 13, 4-5). Os discípulos ficaram assustados, mas não falaram nada, deixou seu mestre lavar seus pés. O Lava-Pés, gesto característico dessa celebração, sinal humildade que o próprio Cristo Jesus nos deixou. Talvez seja este o motivo para a maioria do povo católico, chamar esta celebração de Missa dos Lava-Pés. O que realmente deveríamos entender é que Nosso Senhor Jesus Cristo, neste dia, nesta celebração se entrega para nos salvar, e salvar a todos.
No Dia do Senhor, no Domingo, na Oração Eucarística, fazemos memoria deste dia “na Noite em que ia ser entregue, Ele tomou o pão em suas mãos, elevou os olhos a vós, ó Pai, deu graças e o partiu e deu aos discípulos, dizendo…” no final da narrativa, o presidente da celebração, clama: “Eis o mistério da fé!”. E no final da Oração Eucarística, a assembleia, povo reunido, confirmamos o que celebramos com o grande, Amém. Assinamos, concordamos com Jesus que depois te ter lavado os pés dos discípulos, vestiu o manto e sentou-se de novo: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu sou. Eu lavei os pés de vocês, dei o exemplo para que façais a mesma coisa que Eu fiz” (Jo 13, 12-15).
É um grande momento no mundo para vivenciarmos os ensinamentos de Jesus, tirar o nosso orgulho, deixar de valorizar o bem material, dividir o pão nosso com os mais necessitados, e voltar amar a Deus sobre todas as coisas, e as outras pessoas como a si mesmo, pois somos filhos e filhas do mesmo Pai.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
