A Arquidiocese de Manaus em parceria com o Serviço de Animação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), realizou na manhã deste dia 29, uma mesa redonda com o tema “Construindo o Pacto pela vida e pelo Brasil (PVB) na Amazônia”.
Por: Patrícia Cabral e Pe. Luis Modino
Edição de Texto: Erico Pena (ASCOM)
O evento teve como convidados Dom Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Manaus; Patrícia Cabral, presidente do CNLB MANAUS; Helso do Carmo, advogado Presidente da Comissão de Relações Internacionais OAB/AM e Marcivana Sateré Mawé, Conselheira indígena no Conselho Estadual de Saúde CES/AM.
O evento ocorreu na sede do Sares, localizada na Av. Leonardo Malcher n° 339, no decorrer do mesmo foi lida a Carta do PVB, também houve falas de Patrícia Cabral, sobre as ações do CNLB como a criação dos grupos de trabalho e as bandeiras defendidas por ela, como: a vacina para todos, a defesa do SUS, o auxílio emergencial e a investigação diante da falta de responsabilidade nas decisões do poder público em relação com a pandemia.
Helso do Carmo, falou em nome da OAB denunciando que o alto número de vítimas da Covid-19 é consequência do obscurantismo, fazendo um chamado a fazer cobranças para o efetivo exercício de direitos da nossa cidadania, cobrando “vacina no braço e comida no prato”, uma exigência urgente diante do fato da vacinação ter sido suspensa por duas semanas em Manaus como consequência do descaso.
Marcivana Sateré, que também atua como coordenadora Geral da COPIME, (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno), falou sobre a situação da vacina para os povos indígenas. Segundo ela, a pandemia, que além de ser “um dos momentos mais sombrios da história”, também nega os direitos dos povos indígenas que moram nas cidades, que não estão tendo acesso à vacina, que são vítimas da falta de segurança alimentar, e tem visto sua economia, baseada no artesanato e no turismo, gravemente atingida.
Pe. Paulo Tadeu, coordenador do Sares, comentou sobre a paralisação da vacinação no Amazonas e Dom Leonardo em sua fala advertiu que o Brasil corre perigo não apenas contra sua saúde, mas também corre perigo quanto à saúde democrática, quanto à saúde institucional, quanto à saúde na justiça. De acordo com o arcebispo, o PVB é “um sinal de uma construção muito maior”, que deseja também superar determinados negacionismos e realmente tomar o caminho da ciência.
Dom Leonardo finalizou afirmando que “temos dificuldade para compreender como existe insensibilidade para com os pobres, insensibilidade para com a questão da justiça”. “O PVB deseja colocar as coisas no lugar e além do SUS e da ajuda emergencial, nós também não podemos esquecer a questão da democracia, pois nós como igreja temos que participar ativamente e não podemos passar longe dos problemas da humanidade, como cristãos temos que levar em consideração a dor e a realidade das pessoas que sofrem”, disse o arcebispo.