XXII domingo do tempo comum

Neste último domingo do mês vocacional, nos celebramos o dia do catequista. O catequista é uma pessoa que não pode faltar numa comunidade. Ele é o animador, o condutor, aquele que lembra-nos as verdades da fé. Ele mesmo é apaixonado pelas Escrituras.

Por: Dom Sergio Eduardo Castriani

Na primeira leitura Jeremias, o profeta nos fala da sua vocação. Ele apresenta a sua experiência vocacional em temos fortes. Ele diz que foi seduzido pelo Senhor. Ele se deixou seduzir, pelo mais forte. Resultado, todos zombavam dele até o ponto em que ele queria deixar tudo. Mas quando havia decidido não mais falar em nome do senhor ele sentiu um fogo ardente que o deixou sem forças.

Toda vocação é uma história de amor entre Deus e uma criatura sua. Esta sedução pode vir de várias maneiras. Para Jeremias foi a profecia. Ele via para onde o povo estava caminhando e tenta fazer os seus contemporâneos mudarem o rumo das suas vidas para evitar a tragédia, mas eles se recusam e fazem chacota da sua pregação.

Jesus tinha consciência da missão que o Pai lhe dera e sabia que ela o levaria a um confronto com os anciãos, os sacerdotes e os mestres da lei. A pregação de Jesus incomodava o poder religioso e político do seu tempo. E o confronto final se daria em Jerusalém. Pedro que amava Jesus, não podia ficar calado e expressa toda a sua preocupação. Pedro era um homem do povo, e com certeza sabia como o poder tratava os que se opunham a ele. Naturalmente não quer que o mestre enfrente a flagelação e seja morto cruelmente.

Mas Pedro é chamado de Satanás, aquele que quer desviar Jesus de sua missão e é chamado de pedra de tropeço, depois de ser chamado de pedra fundamental da sua Igreja.  Chegou a hora de Jesus esclarecer que ele vai entregar a vida pela humanidade e o caminho é a cruz. Quem quiser segui-lo tem que estar disposto a carregar a sua cruz renunciando a si mesmo.

 Paulo explicita para nós o que significa participar do sacrifício de Jesus. Trata-se de não se conformar com o mundo, renovando nossa maneira de pensar e de[DS1]  julgar. Para o mundo vale o poder, as riquezas, a liberdade de fazer tudo o que se quer, o dinheiro, a beleza, e quem não possui estas coisas se sente frustrado, humilhado, ressentido.

Para o seguidor de Jesus o que vale é o bem que ele realiza em favor dos outros. A vida de um seguidor de Jesus tem a lógica do Bom Samaritano, que tem compaixão e cuida dos mais necessitados, a do filho pródigo que se alegra com o pai feliz pelo filho que voltou. Está pronto para dar a vida pelos amigos e alegra-se com a vinda do Reino ainda semente e fermento.

Um bom catequista é uma pessoa que não se coloca no lugar de Jesus, mas é seu discípulo. Leva pelo exemplo os seus catequisados ao encontro de Jesus. Leva a sua cruz de cada dia com alegria, por que sabe que assim colabora com a vinda do Reino, e só espera recompensa neste dia. A sua recompensa é a graça de colaborar para que seus irmãos encontrem Jesus e o sigam no caminho da cruz redentora. 

Dom Sergio Eduardo Castriani Bispo Emérito da Arquidiocese de Manaus


 [DS1]

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