A Dignidade da Família.

O fato de existir um modelo de família planejada por Deus não implica exclusão de famílias desestruturadas ou de pessoas vivendo distante desse modelo.

Por: Salézio João de Souza

O chamado de Deus é para todos, o filho pródigo é abraçado pelo Pai que o acolhe. Jesus acolheu também a Samaritana e lhe ofereceu a água viva. Somos chamados a conhecer o plano de Deus para a família.

Criados a imagem e semelhança de Deus (Gn, 1,27) somos chamados a ser dignos disso, mas em alguns momentos nos parece que a dignidade está em nossa posição social e não mais ligada diretamente a pessoa humana como semelhança de Deus. Precisamos resgatar essa dignidade, nos reconhecer e nos aceitar, reconhecer e aceitar ao irmão. Ter cuidado, pois em muitos momentos os meios de comunicação social e não somente eles, nos parecem que estão empenhados em distorcer essa dignidade de filhos de Deus. Se o amor de Deus está em nós e fomos criados a imagem e semelhança, o que mais precisamos para acreditar e aceitar essa verdade.

Somos conduzidos a achar que pessoas com mais condições financeiras são mais dignas. Mas então, como ser imagem e semelhança de Deus se não acreditamos na verdadeira dignidade. Ao buscar os ensinamentos do Papa João Paulo II na exortação apostólica: Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo que nos ensina que “A dignidade pessoal é propriedade indestrutível do ser humano”. Nos fortalecendo na Bíblia encontramos (Jo 21, 15-17) “Apascenta meus cordeiros”. Como o Mestre pode confiar em pessoas que não acreditam em si e nos irmãos. A realidade nos faz pensar nesse ser social que trazemos conosco.

Necessitamos da proximidade com Deus, buscar nele os rumos da verdade e a razão de sermos igreja. Conhecer Jesus e caminhar com Ele. (Jo 15,5) “Sem mim nada podeis fazer”, entender que o ramo não dá fruto para si só, mas para os outros. A grande frase dos evangelhos vem à tona em (Jo 17,20) “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado” e assim rompermos de vez toda forma de divisão e ressentimento.

A cultura atual em muitos momentos desrespeita a família. Faz uma separação entre ela e a sociedade e trata como algo privado. Como? se a família humaniza a sociedade. A tendência dessa cultura é ignorar o modelo de família planejado por Deus onde cada pessoa é livre ao tomar sua decisão.

Várias são as formas de agressão a família. A televisão ocupa um espaço forte de liderança nessa desestruturação onde cônjuges são maus e amantes são pessoas boas e equilibradas. Isso leva o público a torcer pelo “outro”. A mídia leva-nos a aceitar como natural toda forma de infidelidade, uniões temporárias e cria nas gerações uma mentalidade “antifamília”, “anticasamento” gerando uma predisposição ao fracasso conjugal.

Nos cabe nesse momento analisarmos nosso interior e pensarmos se gostamos da pessoa que somos, que valores temos, que defeitos temos, entre outros questionamentos que podemos fazer. Aqui nos leva a pensar em valores como algo que decidimos, livre e consciente, que escolhemos para viver e nos compromete de maneira sólida. Precisamos criar em nós o valor do relacionamento comunitário e gerar um relacionamento cristão. A maturidade nos leva a tomarmos decisões em busca de um ideal e nos compromete.

O fato de existir um modelo de família planejada por Deus não implica exclusão de famílias desestruturadas ou de pessoas vivendo distante desse modelo. O chamado de Deus é para todos, o filho pródigo é abraçado pelo Pai que o acolhe. Todos somos livres para escolher nosso caminho. Jesus acolheu também a Samaritana e lhe ofereceu a água viva. Ele sempre acolheu ao pecador, não acolheu o pecado. Somos chamados a conhecer o plano de Deus para a família.

Salézio João de Souza – Regional Sul 4 CNBB Membro Comissão Regional de Leigos

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