Celebrando 20 anos da Carta da Terra!

Estamos em meio a uma crise ambiental que é também crise ética e moral, crise dos valores humanos e do sistema econômico. Quebrar o paradigma antropocêntrico nos leva a buscar alternativas que deem possibilidade de construir uma nova relação com toda comunidade de vida e a vivenciarmos a Ecologia Integral.

Por: João Paulo Angeli

Celebramos no último mês de maio, os 5 anos da Encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a Casa Comum. Nela a Igreja por meio do Papa Francisco se dirige a todos de boa vontade, sobre a importância de uma conversão ecológica, um novo e sistêmico olhar para nós mesmo e a nossa relação com o planeta.

Hoje, recordamos outro importante documento planetário, a Carta da Terra. Ela começou a ser escrita por inúmeros estudiosos ainda na Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mas foi aprovada em 29 de junho de 2000 e é um importante Ethos para salvarmos a nossa Casa Comum.

Ao comemorarmos os 20 anos da Carta da Terra, devemos lembrar da sua necessária mensagem, nos apresentando um código universal de conduta para guiar os povos e as nações na direção de um futuro sustentável. Desde então, ela vem inspirando ações e mudanças na busca do respeito a comunidade de vida, da integridade ecológica, dos direitos humanos, da justiça social, da democracia e por uma cultura de paz.

Como nos lembra o Papa Francisco, “não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres”. (Laudato Si’ 49).

Compreendendo assim, que nossa realidade precisa de uma abordagem sistêmica e que a sustentabilidade acompanha toda a necessidade de reflexão dos temas ambientais, mas também sociais. 

Por fim, quero fazer menção a necessidade de construirmos um caminho adiante, caminho esse que nos é apresentado pela Carta da Terra e nos lembra o Papa por meio da Encíclica Laudato Si’ 207:

“A Carta da Terra convidava-nos, a todos, a começar de novo deixando para trás uma etapa de autodestruição, mas ainda não desenvolvemos uma consciência universal que o torne possível. Por isso, atrevo-me a propor de novo aquele considerável desafio: «Como nunca antes na história, o destino comum obriga-nos a procurar um novo início (…). Que o nosso seja um tempo que se recorde pelo despertar duma nova reverência face à vida, pela firme resolução de alcançar a sustentabilidade, pela intensificação da luta em prol da justiça e da paz e pela jubilosa celebração da vida»”. É urgente nossa resposta, o futuro depende de todos nós, e em um pacto intergeracional assumirmos a responsabilidade de cuidarmos de nossa Casa Comum. 

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