Ficai vigiando pois não sabeis qual será o dia nem a hora

A manifestação de Jesus pode se dar a qualquer momento e em qualquer lugar. Não há hora nem lugar sagrado. Jesus pode vir em qualquer tempo da nossa vida. Ele virá no dia da nossa morte de maneira definitiva. Mas ele vem na pessoa dos pobres, nos acontecimentos, nas dificuldades

Por: Dom Sérgio Eduardo Castriani

Ele vem na festa que é o nascimento de uma criança, quando a vida se renova. Ele vem hoje no batizado do Teodoro, enchendo o nosso coração de alegria. Se ele pode vir a qualquer hora e por isso nós devemos estar vigilantes.

Ser vigilante é uma maneira de ser. O vigilante sabe eu tem uma responsabilidade pelos bens de uma outra pessoa. Sabe que corre perigo e que pôde ser chamado a dar a vida pelos bens  e pela segurança do outro.

Aquelas dez moças da parábola estavam vigilantes. Só que cinco não pensaram que o noivo poderia chegar de noite e não providenciaram óleo para suas lâmpadas. Enquanto foram comprar o óleo o noivo chegou e elas perderam a oportunidade de participar da festa. As prudentes, mesmo que quisessem não poderiam ajudar.  O óleo era uma responsabilidade pessoal de cada uma.

Na primeira leitura se fala da sabedoria, que pode ser o conhecimento da vontade do Pai. Ou o próprio Jesus que é a sabedoria encarnada. Ele é facilmente contemplado por aqueles que o amam e é encontrado por aqueles que o procuram. Ele mesmo vai atrás dos que madrugam para encontra-lo. Ele se encontra nos caminhos e nos projetos de nossa vida.

 A segunda leitura nos fala da ressurreição de Jesus e da nossa ressurreição. O batismo nos faz morrer com Cristo para o pecado e ressuscitar para a vida nova. Todo batizado é alguém que vive na vida a espera da vinda de Jesus. Sabe que já vive na graça de Deus mas está atento aos sinais de Jesus no mundo. Jesus conta hoje uma parábola que acontece numa festa de casamento. O casamento é um sinal do Reino. Sinal da Aliança entre Deus e os homens. Por isso, feliz da criança que nasce e é batizada num ambiente dse amor.

Ser batizado é morar dentro do mistério de Deus e cada dia ser surpreendido por um aspecto da revelação. A pandemia que estamos vivendo coloca para nós algumas questões a nossa fé. Fomos surpreendidos pela necessidade de fazer quarentena, isolamento social, uso de máscaras e do álcool em gel.

Não basta oração para vencer a batalha, pois a guerra só será vencida quando tivermos uma vacina que a ciência vai produzir. Pessoas que já tinham uma pratica de oração em família, práticas de solidariedade, enfrentaram melhor que as outras a crise provocada pelo corona virus.

O Teodoro nasceu no meio da crise e está vivendo o seus primeiros meses de vida na crise. Que ele sinta o carinho que todos temos por ele, que é o carinho de Deus para que quando adulto ele também viva este carinho por todas as criaturas.

Dom Sérgio Eduardo Castriani – bispo emérito da Arquidiocese de Manaus

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