Para mim é um prazer grande poder encontra-me com vocês, nesta manhã, ainda que virtualmente. Eu tinha uma grande expectativa de poder participar dos encontros e assembleias que seriam realizadas pelo CNLB Leste 2, durante este ano. Mas chegou o Coronavírus desorganizando todo o nosso calendário pastoral.
Por: Dom Messias dos Reis Silveira – Bispo de Teófilo Otoni MG
Estamos num tempo diferente que nos pede cultivar as coisas boas que Deus colocou em nossas vidas, para que em breve estas boas sementes possam germinar, crescer e dar frutos.
Tudo muda rapidamente. Preparando-me para este encontro visitei o Documento 100, da CNBB: Comunidade de comunidades; uma nova paróquia. Especificamente detive-me na parte que se refere aos novos cenários da fé e da religião. Há seis anos a Igreja anunciou estava aumentando o número de pessoas que se declaravam sem religião, inclusive pessoas que foram batizadas. Alguns fiéis católicos estavam frequentando outros cultos e centros religiosos buscando conforto para suas dificuldades. Esses, não geravam vínculos de pertença com nenhuma dessas religiões. A vivência religiosa midiática estava em crescimento. A juventude se concentrava nas redes sociais e os idosos preferiam a televisão (Cf Doc 100 CNBB, Nº 20-27).
Hoje com a crise da Covid-19 o cenário descrito neste documento permanece, mas há o acréscimo da crise da Pandemia. Existe uma pergunta que precisa ser feita: Como está a fé dos cristãos leigos e leigas? A dimensão da fé nos é muito importante. Ela nos abre caminhos. Traz luz e sabor insegurança, as doenças, mortes, desempregos e a fome. A fé a solidariedade humana tem sido remédio para muita gente. As igrejas estão fechadas. O acesso aos sacramentos está bastante limitado. Os encontros presenciais não podem acontecer. Sabemos que somos carentes da presença Humana. Não fomos feitos para viver isolados. Aliás não estamos isolados. Temos que fazer um distanciamento, mas não isolamento. Deus não se isola de nós. Nosso amor ultrapassa qualquer obstáculo.
A comunicação nos leva ao encontro das pessoas nos mais distantes lugares, onde se encontram. Por isso podemos dizer que estamos como Nossa Senhora guardando em nossos corações a força que Deus coloca nós, para quem em breve possamos continuar nossa atuação. Vamos manter a fé e a esperança. Não é possível desinstalar este ano e nem é preciso fazê-lo. Este não é um ano perdido. É o tempo reservado para nós.Temos que olhar com esperança para o amanhã. A nossa vida está muito mais no futuro, do que no passado. Pela frente nós temos a eternidade. O sonho de Deus nos faz caminhar. Vamos tirar as lições deste tempo que estamos vivendo e reunir forças para prosseguir. A promessa de Jesus é verdadeira. “Eis que estarei convosco todos dos dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Por isso vamos continuar alimentando nossa fé e o nosso ânimo. Somos uma família e Deus é nosso Pai e nosso guia.
Esses encontros virtuais precisam ser feitos. Eles vão alimentando a esperança dos encontros presenciais.