Mês das missões

Outubro é o mês das missões na Igreja, Se é verdade que todos somos missionários e que toda ação da Igreja é missionária, a ponto de se dizer que a Igreja é por natureza missionária, tem uma ação que é modelo de toda ação da Igreja, que é a missão fora do pais numa cultura diferente. E os missionários são aqueles homens e mulheres, que em nome da Igreja deixam seu povo, sua cultura, sua língua e partem para países diferentes do seu, aprendem línguas diferentes, assumindo solidariamente a história do pais de adoção.

Por: Dom Sérgio Eduardo Castriani

Esta missão é que é objeto de reflexão neste mês, No penúltimo domingo de outubro é o dia das missões e em solidariedade com os missionários e missionarias em países onde a Igreja não está implantada, ou tem um longo caminho a percorrer até poderem ser independentes, se faz uma coleta em todas as comunidades eclesiais que é enviada para a Santa Sé que a distribui conforme as necessidades. Durante muito tempo a missão era uma realidade que acontecia numa só direção, As Igrejas do Norte do mundo enviavam missionários e dinheiro para as Igrejas do sul. Hoje a maioria das Igrejas são governadas por bispos autóctones.

Na Amazônia temos muitos missionários que vem de outros países. Um deles, Dom Francisco Meinrad Merkel vai nos deixar em outubro depois da ordenação de se sucessor na diocese de Humaitá. Foram vinte anos de pastoreio e ministério fecundos. Se tornou bispo de Humaitá depois de uma vida missionária que o havia levado em primeiro lugar ao Acre na cidade de Porto Walter na diocese de Cruzeiro do Sul. Trabalhou depois em Salinas da Margarida na Arquidiocese de Salvador, em Contagem, Arquidiocese de Belo Horizonte, em São Paulo na Vila Mangalot, e finalmente em Salete, Santa Catarina. Foi grande missionário, e tinha consciência disto.

Sabia que não vinha para ficar, mas como missionário tinha um tempo para contribuir. Dom Francisco é alemão. Nunca brincou de ser brasileiro. Tinha consciência das diferenças culturais entre um alemão e os brasileiros com quem ele convivia e devia tratar os assuntos administrativos. Discutia sem medo os problemas pastorais. Tinha consciência do que a Igreja representa nas questões sociais e não deixou de insistir junto as autoridades que resolvessem os problemas da região.

Eu queria dizer muito obrigado. Eu o conheci quando chegou da Alemanha e passou pela nossa casa em São Paulo. Numa época de crise em que até formadores estavam deixando o ministério, ver um padre jovem indo para uma missão tão difícil como era o Alto Juruá na época, me incentivou e me serviu de exemplo quando chegou a minha vez. Esteve presente na minha ordenação episcopal e me convidou para ser um dos co-ordenantes na sua. Sou testemunha do seu amor por Humaitá. Vinte e quatro horas por dia consagradas a missão.

Agora você vai entrar numa outra fase da vida. Vai voltar para casa. Espero que Deus lhe de saúde para que você possa partilhar com muita gente as suas experiências missionarias. O Amazonas perde um missionário. Mas no mês missionário a Igreja na sua terra natal ganha mais um missionário que volta para dizer as maravilhas que o Senhor realizou. 

Dom Sérgio Eduardo Castriani – bispo emérito da Arquidiocese de Manaus

plugins premium WordPress