Santa Terezinha

Nesta semana teremos no dia primeiro a festa de Santa Terezinha. Santa Terezinha, uma santa cheia de humanidade. Uma mocinha frágil no corpo mas férrea no espirito que nos mostrou um caminho de santidade acessível a todos.  

Por: Dom Sérgio Eduardo Castriani

O caminho das pequenas coisas, isto é das coisas da vida. Fazer bem, louvando a Deus, as pequenas tarefas que a vida nos impõem. Colocar tudo em oração e tudo viver na perspectiva da graça de Deus.

Penso que o tempo que nós passamos isolados durante a pandemia, nos fez conhecer um pouco mais como foi a vida de Santa Terezinha no convento. Rezar, trabalhar, estudar, sempre em comunidade com as outra irmãs. Não foi uma vida fácil, sobretudo depois da doença que a levou aos vinte e quatro anos. Mas foi uma vida feliz. Ela podia no convento fazer o que mais gostava, ser amiga de Jesus, entabular com ele uma conversa vital.  

Podemos nos perguntar: Na minha vida aproveito as oportunidades que a vida me dá na simplicidade, de melhorar o mundo, fazendo por amor e com amor as mais simples tarefas da vida, sem esperar o grande dia, que as vezes não vem nunca para viver a minha fé?

 É a Palavra e a prática da palavra que fez Santa Terezinha querer responder a sua vocação monástica. Todos somos chamados a viver em comunidade. No salmos encontramos um guia da felicidade. Como ser feliz num mundo que está tão distante de Deus. Num mundo tão violento.  Temos a lei do Senhor, precisamos conhece-la e medita-la.

Se o Senhor nos der o saber nos cumpriremos a lei. Que o Senhor nos guie pelos seus caminhos. Os caminhos do Senhor são os caminhos do Amor missionário. A missão que é levar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos a entrarem na dinâmica do Amor é o maior dom que uma pessoa pode receber.

Na sua pobreza Terezinha é missionária por que está no coração da Igreja que é onde pulsa o amor pela humanidade redimida por Jesus. Uma humanidade que muitas vezes ignora o amor com o qual é amada. Ela foi missionária pela vida que viveu no convento, sendo uma luz para as outras irmãs. Mas ela foi missionária por oferecer todos os seus sacrifícios pelas missões.

Na época em que ela viveu, houve um movimento missionário intenso, e centenas de irmãs francesas partiram em missão para África, Ásia e América Latina. Os missionários e missionarias da sua época, estamos no final do século XIX, podiam levar na bagagem o livro A História de uma Alma que Santa Terezinha escreveu e que tornou-se um best-seller. Ali ela apresenta o pequeno caminho, que é o caminho que podemos trilhar na vida do dia a dia, a nossa missão. Missão que é universal ´por que feita por amor, e todo amor é universal.

Peçamos a Santa Terezinha que nos ensine que a vida é Missão, quando é vivida como um ato de amor. E digamos com ela; Eis-me aqui, envia-me. Envia-me cada dia, e todos os momentos de meu dia.  Ofereço a minha cruz pela humanidade que sofre por que insiste em caminhar sem ti, e pelos missionários que porventura estão desanimados. E ela fará o céu vir a nós, com suas graças como rosas vermelhas colhidas numa primavera celeste.

Texto: Dom Sérgio Eduardo Castriani – bispo emérito da Arquidiocese de Manaus

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